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Dívida das empresas brasileiras cresce 22% no 3T25

As empresas brasileiras de capital aberto apresentaram uma piora no nível de endividamento no terceiro trimestre. Considerando a média do desempenho 319 companhias, a dívida total líquida cresceu 22% entre o terceiro trimestre de 2024 e o de 2025, segundo um levantamento da Quantum Finance feito para o InvestNews. 

A alavancagem financeira média das empresas no último trimestre variou 77%, saindo de 1,3 vez o EBITDA para 2,3 vezes. 

O cálculo desse indicador é feito dividindo a dívida líquida pelo lucro operacional, que é o EBITDA. O resultado mostra em quantos anos a empresa pagaria sua dívida usando todo o lucro operacional.  

Os números apontam que a dívida subiu e o EBTIDA médio abaixou – uma alavancagem considerada perigosa, segundo analistas ouvidos pela publicação.  

O sócio da Suno João Daronco lembra que o comparativo entre a dívida líquida e o Ebitda é uma das formas mais eficientes para o investidor chegar a uma primeira conclusão sobre a saúde financeira da companhia. E o ideal é investir em empresas cuja alavancagem esteja, em linhas gerais, abaixo de 2,5 vezes. 

A média das empresas com ações na bolsa aproxima-se, então, dessa linha vermelha. 

Confira abaixo todas as companhias que estão com alavancagem acima de 10 no 3T25:  

Ticker  Nome  Dívida Total Líquida – 3T (R$)  EBITDA – 3T (R$)  DL / EBITDA – 3T 
3T 2024  3T 2025  3T 2024  3T 2025  3T 2024  3T 2025 
BIED3  BIOMA EDUC ON MA – BIED3   R$       115.493,00    R$             32.805,00    R$       86.138,00    R$         246,00   1,34  133,35 
MRVE3  MRV ON NM – MRVE3   R$    8.092.971,00    R$        8.033.315,00    R$     544.706,00    R$    67.338,00   14,86  119,30 
HETA3  HERCULES ON – HETA3   R$       324.582,00    R$           324.570,00    R$         3.715,00    R$      4.036,00   87,37  80,42 
BRKM3  BRASKEM ON N1 – BRKM3   R$  30.416.000,00    R$      37.312.000,00    R$  4.989.296,00    R$  663.000,00   6,10  56,28 
HAGA3  HAGA S.A. ON – HAGA3  -R$        24.296,70   -R$            29.395,34    R$         2.285,33   -R$        893,30   -10,63  32,91 
USIM3  USIMINAS ON N1 – USIM3   R$       516.922,00    R$           214.190,00    R$  1.829.005,00    R$    11.368,00   0,28  18,84 
LUPA3  LUPATECH ON NM – LUPA3   R$       144.857,00    R$           171.430,00   -R$      15.332,00    R$      9.706,00   -9,45  17,66 
FICT3  FICTORALIMENON – FICT3  -R$          7.341,00   -R$            42.404,00    R$         2.034,00   -R$     2.502,00   -3,61  16,95 
CRPG3  CRISTAL ON – CRPG3  -R$        90.474,00   -R$            81.062,00   -R$      14.403,00   -R$     5.891,00   6,28  13,76 
HBTS3  HABITASUL ON – HBTS3   R$       229.450,00    R$           251.581,00    R$     202.044,00    R$    18.938,00   1,14  13,28 

Fonte: Quantum Finance. Data base: 17/11/2025.  

Veja o resultado de todas as empresas. Você pode usar o campo de busca para procurar o ticker que deseja consultar.  

Analisando a dívida das empresas  

A reportagem pontua algumas cautelas por parte do investidor.  

O primeiro ponto é o setor. Algumas companhias com uso intensivo de capital, como indústrias siderúrgicas, petroquímicas, fabricantes de máquinas e equipamentos, por exemplo, tenham um nível de alavancagem maior. 

Ainda assim, um nível elevado de alavancagem por uma sequência de trimestres pode consumir o caixa e piorar sua capacidade de destinar recursos para outros investimentos e garantir sua lucratividade. 

O alto nível de endividamento também compromete os acordos firmados com os credores. Isso porque, ao emitir uma debênture ou outro tipo de dívida, a empresa precisa assumir metas de alavancagem e de desempenho financeiro — os chamados covenants. Quando a dívida cresce de forma descontrolada, a empresa pode deixar de cumprir esses covenants e abre espaço para que os credores executem a dívida, ou seja, exijam o pagamento imediato.   

Empresas com nível de alavancagem alto também costumam passar por maior volatilidade de preços na bolsa de valores. Isso porque os investidores acabam tendo uma menor propensão a investir no longo prazo em empresas cujo resultado financeiro é incerto 

Metodologia  do estudo 

Foram selecionadas as empresas ativas na B3. Foram retiradas empresas inativas na B3, suspensas na CVM, em fase de liquidação e pertencentes ao setor financeiro (bancos, instituições financeiras, seguradoras, etc.) independente da situação atual. 

 Os números são calculados por uma metologia interna, advindos de ITRs das empresas na CVM, visto que a divulgação de ‘Dívida Líquida’ e nem de ‘EBITDA’ é obrigatória. 

Os valores divulgados nos RIs são gerenciais, não auditados. Já os cálculos da Quantum se baseiam nos valores divulgados nos ITRs, que por sua vez são auditados. 

Confira a reportagem completa:   

Outras Análises de Empresas 

As soluções da Quantum permitem que o profissional de investimentos acompanhe de perto o mercado acionário brasileiro e offshore, como os casos de IPO Reverso.  

Com o Quantum Axis, você tem acesso 

  • Cobertura com mais de 1.700 empresas e ações brasileiras;  
  • Histórico de demonstrações financeiras (BP, DRE, FC), preços e proventos;  
  • Indicadores fundamentalistas;  
  • Dados dos principais acionistas, conselho e gestores   
  • Percentual de free float e aluguel de ações;  
  • Insiders: relatório com lista de empresas e suas divulgações de documentos insiders, com operações de compra e venda de ações reguladas pela instrução CVM 44. 

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