O ano de 2024 não está favorável para as moedas latino-americanas, especialmente o real.
O dólar voltou a ganhar força em meio a um cenário ainda incerto sobre o tão aguardado corte de juros nos EUA.
Ao longo dos últimos meses, os mercados esfriaram as apostas para o momento em que o Federal Reserve, banco central dos EUA, iniciará o ciclo de flexibilização monetária.
Essa quebra de expectativas manteve a atratividade dos títulos de Tesouro no país, aumentando a demanda pela moeda americana.
Moedas da América Latina em queda: fatores internos jogam mais pressão
O desempenho fraco das moedas da América Latina não se baseia apenas em projeções de juros mais altos na maior economia do mundo.
Fatores internos de cada país também acabam influenciando nas flutuações das taxas de câmbio.
Um exemplo recente é o resultado das eleições no México. O peso mexicano, que conseguiu ampliar vantagem contra o dólar por meses, afundou após a vitória de Claudia Sheinbaum, do partido Morena, afetando outras divisas da América Latina.
A eleição de Sheinbaum deixou investidores em alerta com a possibilidade de implementação de reformas consideradas radicais no país.
Já no Brasil, o debate está concentrado na capacidade de o governo entregar as metas estipuladas no novo arcabouço fiscal, aprovado no ano passado.
Não à toa, o aumento da percepção de risco fiscal vem gerando preocupações no mercado.
A última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central interrompeu a sequência de cortes da Selic que se iniciou em agosto de 2023.
A redução já vinha acontecendo em ritmo menor diante da revisão das metas fiscais, mas foi no último mês que as autoridades monetárias brasileiras decidiram deixar em suspenso o ciclo de afrouxamento dos juros.
A taxa básica de juros do Brasil está atualmente em 10,50% ao ano. Segundo o Boletim Focus, o consenso do mercado projeta que esse patamar será mantido até o fim de 2024.
Real é a moeda latino-americana com pior desempenho em 2024
Dentre as principais moedas da América Latina, o Brasil entregou no primeiro semestre do ano o pior desempenho em relação ao dólar.
A moeda brasileira registrou uma queda de quase 13% no período, mostra o levantamento da Quantum.
A desvalorização superou a do peso argentino, que acumulou retorno negativo de 11,35% ante a moeda americana. Veja:
| Ativo | Retorno em 2024 |
| Peso México – MXN | -7,18 % |
| Real | -12,91 % |
| Novo Sol Peru – PEN | -4,14 % |
| Peso Chile – CLP | -6,56 % |
| Peso Colombiano – COP | -6,50 % |
| Peso Argentina – ARS | -11,35 % |
Fonte: Quantum Finance – Data-base de 28/06/2024
Vale ressaltar a situação econômica da Argentina, que segue com a inflação anual nas alturas (beirando os 300%).
O peso argentino, em um primeiro momento, chegou a se desvalorizar ainda mais com a eleição de Javier Milei à presidência.
No entanto, o governo atual do país vem colocando em prática algumas propostas de reforma econômica sinalizadas em sua candidatura, o que levou a uma desaceleração da escalada inflacionária no país e pintou um quadro de recuperação para a Argentina.
Soma-se a isso a ajuda que a Argentina tem recebido do Fundo Monetário Internacional com o objetivo de estabilizar a situação econômica do país sul-americano.
Evolução anual das moedas da América Latina
O levantamento da Quantum também mostra a evolução das moedas latino-americanas desde 2020, no início da pandemia de Covid-19.
Os dados apontam que o desempenho do real em 2024 é o pior em quatro anos.
No acumulado desde 2020, a moeda brasileira caiu cerca de 28%.
Abaixo, o comparativo:
| Ativo | Retorno | |||||
| 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | 2020-2024 | |
| Novo Sol Peru – PEN | -8,23% | -9,30% | 5,20% | 3,00% | -4,14% | -13,54% |
| Peso Argentina – ARS | -28,69% | -18,19% | -41,87% | -78,15% | -11,35% | -93,43% |
| Peso Chile – CLP | 5,88% | -16,53% | -0,25% | -3,16% | -6,56% | -20,23% |
| Peso Colombiano – COP | -3,88% | -15,99% | -16,09% | 24,97% | -6,50% | -20,82% |
| Peso México – MXN | -5,14% | -2,60% | 4,49% | 15,41% | -7,18% | 3,43% |
| Real | -22,44% | -6,88% | 6,95% | 7,77% | -12,91% | -27,49% |
Fonte: Quantum Finance – Data-base de 28/06/2024
Fique por dentro do cenário cambial
A variação do dólar e sua implicação para outras moedas ao redor do mundo deve seguir como ponto de atenção entre os investidores.
Afinal, uma mudança de postura do banco central americano certamente mexerá com o mercado de câmbio.
Com as soluções Quantum, você pode acompanhar em tempo real as variações de preço e resgatar séries históricas de cotação das principais moedas estrangeiras.
Temos, inclusive, a solução ideal para o profissional que busca o monitoramento fácil e ágil de diversos tipos de investimentos, tanto de ativos locais quanto offshore: o consolidador de carteiras da Quantum.
Preencha os dados a seguir e conheça mais a fundo nossas soluções:
