O Ibovespa continua longe da ‘guinada’ que os investidores esperavam para 2024 no fim do ano passado, quando o índice renovou as máximas históricas.
A bolsa local segue refém da política monetária dos EUA, que tem preocupado os mercados nos últimos meses pelas incertezas quanto ao rumo que o Federal Reserve dará aos juros do país.
Autoridades decidiram na última reunião do banco central norte-americano pela manutenção dos juros dentro da faixa de 5,25%-5,50%. Porém, a nota oficial divulgada pelo Fed indica que o comitê segue olhando com cautela para o nível elevado da inflação.
No cenário doméstico, as notícias também ligaram um sinal de alerta para os investidores. Preocupações fiscais, agravadas pela tragédia no Rio Grande do Sul, e uma mudança de direcionamento em relação à Selic puxaram mais um mês de aversão a risco em maio.
A última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central quebrou a sequência de cortes de 0,50 ponto percentual que vinha se desenhando desde agosto do ano passado.
As autoridades monetárias optaram por diminuir o ritmo do ciclo de flexibilização monetária, decidindo em maio por uma redução de 0,25 ponto percentual.
Ibovespa cai na maldição do ‘sell in May and go away’
Em maio, o Ibovespa entregou uma performance negativa de 3,04%, trazendo à tona uma velha lenda do mercado financeiro, o ‘sell in May and go away’.
O desempenho negativo em maio inflou as perdas no acumulado de 2024. Considerando os cinco primeiros meses do ano, a desvalorização é de 9,01% em relação a 2023.
Em maio, o Ibovespa marcou o menor patamar em seis meses, de acordo com um levantamento da Quantum.
Os 122.098 pontos do último pregão do mês passado só não ficaram abaixo dos 120.410 pontos registrados em 13 de novembro de 2023, aponta o levantamento.
Veja o gráfico:
Outro levantamento da Quantum mostra que a B3 tem enfrentado uma debandada de estrangeiros, que continuam representando a maior parcela de investidores da bolsa brasileira.
Só em 2024, os gringos retiraram R$ 34,6 bilhões do mercado local, bem distante do saldo positivo de R$ 55,9 bilhões no ano passado.
Se a relação dos investidores estrangeiros com a bolsa local não melhorar, o Ibovespa irá quebrar a tendência de entrada de aplicações internacionais dos últimos quatro anos.
O último saldo anual negativo aconteceu em 2019, quando os gringos recolheram em torno de R$ 6,50 bilhões da B3. Confira:
Movimentação dos Investidores Estrangeiros na B3 (R$ Milhões) | |
Ano | Saldo |
2019 | -6.498,40 |
2020 | 701,2 |
2021 | 41.538,00 |
2022 | 119.794,30 |
2023 | 55.954,60 |
2024 | -34.629,80 |
Fonte: Quantum Finance
Top 10 ações do Ibovespa com maiores retornos em maio
Em maio, os frigoríficos não passaram despercebidos. Três ações do setor integraram o top 5 maiores valorizações do Ibovespa no período.
Os retornos atingiram até 23%. Veja a seguir:
Nome | Ticker | Retorno em maio |
JBS ON NM | JBSS3 | 23,04% |
MARFRIG ON NM | MRFG3 | 19,37% |
VAMOS ON NM | VAMO3 | 14,06% |
BRF SA ON NM | BRFS3 | 10,07% |
ENGIE BRASIL ON NM | EGIE3 | 9,04% |
EMBRAER ON NM | EMBR3 | 8,64% |
HAPVIDA ON NM | HAPV3 | 8,13% |
CPFL ENERGIA ON NM | CPFE3 | 6,90% |
ALLOS ON NM | ALOS3 | 6,12% |
REDE D OR ON NM | RDOR3 | 5,62% |
Fonte: Quantum Finance
Top 10 ações do Ibovespa com menores retornos em maio
Na ponta da baixa, o IRB (IRBR3) marcou um mês para esquecer, tendo suas ações caído mais de 25% em maio.
Petz (PETZ3) e Lojas Renner (LREN3), dois papéis ligados ao varejo, estão no top 5 de baixas.
Confira a lista:
Nome | Ticker | Retorno em maio |
CARREFOUR BR ON NM – CRFB3 | CRFB3 | -11,19% |
LOCALIZA ON NM – RENT3 | RENT3 | -12,85% |
PETRORIO ON NM – PRIO3 | PRIO3 | -13,31% |
3R PETROLEUMON NM – RRRP3 | RRRP3 | -13,99% |
COGNA ON ON NM – COGN3 | COGN3 | -14,29% |
LOJAS RENNER ON NM – LREN3 | LREN3 | -14,42% |
SUZANO PAPEL ON NM – SUZB3 | SUZB3 | -16,70% |
YDUQS PART ON NM – YDUQ3 | YDUQ3 | -17,00% |
PETZ ON NM – PETZ3 | PETZ3 | -20,34% |
IRBBRASIL RE ON NM – IRBR3 | IRBR3 | -25,71% |
Fonte: Quantum Finance
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