Em um ambiente de negócios que exige agilidade e eficiência, o IPO reverso se configura como uma alternativa para companhias que buscam abrir o capital de forma econômica. Essa estratégia tornou-se especialmente atraente nos últimos anos em que a janela de IPOs se fechou – no Brasil, não há ofertas iniciais desde 2021, em meio a juros elevados e volatilidade.
Preparamos um conteúdo para você entender o IPO Reverso e como usar a tecnologia para acompanhar os movimentos do mercado acionário.
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IPO Reverso: vantagens e desafios
Um IPO Reverso – conhecido em inglês como reverse IPO ou reverse merger – ocorre quando uma empresa de capital fechado ingressa na bolsa não por uma oferta pública inicial tradicional, mas adquirindo o controle de uma empresa já listada.
Em geral, a companhia alvo da aquisição é uma “casca” societária: uma empresa de capital aberto de pouco valor de mercado e baixa liquidez, muitas vezes inativa ou subavaliada, mas que mantém registro na bolsa e na CVM.
Desta forma, a empresa privada, ao incorporar a outra aberta em bolsa, altera a razão social, a atividade principal e até o código de negociação (ticker), efetivamente “tomando emprestada” a estrutura pública existente.
Com essa estratégia, pulam-se etapas formais do IPO tradicional – como registro inicial, roadshow e bookbuilding – pois a empresa resultante já nasce listada. Não é à toa que o mercado apelidou a prática de “barriga de aluguel”, já que a nova empresa utiliza a estrutura de capital aberto da antiga.
Uma das principais vantagens é o ganho de tempo e redução de custos do processo, já que a empresa consegue acesso imediato ao mercado de capitais. Entretanto, há desvantagens e desafios a considerar, já que a adquirente herda o histórico da companhia comprada, como passivos ocultos e problemas legais.
Veja o quadro resumo com as vantagens e desvantagens do IPO Reverso
Aspecto | Vantagens | Riscos e Desafios |
Tempo e custo | Listagem em semanas, sem subscrição, auditorias e roadshow extensos | Due diligence reduzida pode ocultar passivos e fraudes |
Exposição de mercado | Menor impacto imediato da volatilidade | Necessidade de adaptação rápida à governança e à transparência |
Flexibilidade | Alteração de nome, ticker e objeto social em ritmo acelerado | Resistência de acionistas da shell; obrigatoriedade de relato periódico imediato |
Acesso a capital | Plataforma pronta para emitir dívida ou follow-on pós-fusão | Limitações de uso de formulários simplificados (Form S-3, S-8 nos EUA) até “seasoning” |
Casos no Brasil de IPO Reverso
O mercado local tem sido impactado pelo uso da estratégia, inclusive com uma aceleração nos últimos meses. Só em 2025 tivemos os seguintes casos:
REAG Investimentos S.A. ➡ Em 2023, a gestora de recursos foi aumentando sua fatia na plataforma GetNinjas por meio de várias compras até chegar a mais de 25% das ações, o que acionou a chamada “poison pill”. Em janeiro de 2024, atingiu participação de 65% na GetNinjas., lançando uma oferta pública de aquisição (OPA). A estreia na B3, agora sob o ticker REAG3, ocorreu apenas em janeiro de 2025, em um processo ainda turbulento.
Fictor Alimentos S.A. ➡ a holding brasileira, do setor de alimentos com forte presença na produção, processamento e comercialização de proteína animal, adquiriu em janeiro de 2025 aproximadamente 76% das ações Atompar (ATOM3). Atualmente a a Fictor opera sob o código de negociação FICT3
BRZ Empreendimentos ➡ Esse é o caso mais recente de IPO Reverso, anunciado no último dia 13 de agosto de 2025, quando a incorporadora mineira divulgou, junto com a Fica Empreendimentos (listada na bolsa desde 2007), um fato relevante sobre a combinação de negócios. O acordo prevê a criação de uma nova companhia com novo ticker, na qual a BRZ deterá 85% de participação e a Fica, 15%, que manterá nome e identidade da adquirente. O movimento ocorre após tentativas frustradas da BRZ em realizar um IPO tradicional.
Tecnologia para acompanhar IPO Reverso e mercado de capitais
Acompanhar os movimentos do mercado acionário demanda um trabalho constante de consulta a documentos e indicadores. A Quantum dispõe, além da maior cobertura de empresas abertas do mercado nacional, ferramentas sofisticadas para análise de casos como o IPO Reverso.
Aproveitando o tema, reunimos algumas ferramentas úteis da plataforma.
- Receber Alertas de novos documentos divulgados
É possível configurar alertas para receber, direto no email, todos os documentos sobre as empresas.
Por exemplo, no caso da BRZ e Fica, o usuário com as empresas cadastradas recebeu o fato relevante do dia 13/8/2025 assim que publicado no mercado.
No Menu Empresas > Documentos, selecione as empresas, os tipos de documentos a serem monitorados e clique em “Alerta de documento”. Após configurar o alerta, basta receber os documentos na caixa postal.
- Demonstrações Financeiras
Há uma seção especial na plataforma que já traz as demonstrações financeiras das companhias, com diversos ângulos de análise.
Ainda sobre o caso mais recente de IPO Reverso, tanto os Balanços Patrimoniais quanto as DREs das empresas envolvidas estão disponíveis para consulta. O usuário pode analisar o documento completo ou ainda selecionar quais medidas pretende ver com profundidade.
- Indicadores
A tela de Indicadores foi recentemente reformulada, trazendo mais praticidade na análise de centenas de indicadores, entre indicadores financeiros, de mercado e ainda quantidade de ações. É possível consultar as medidas selecionadas e ainda gerar reports e análises gráficas.
Outras Análises de Empresas
As soluções da Quantum permitem que o profissional de investimentos acompanhe de perto o mercado acionário brasileiro e offshore, como os casos de IPO Reverso.
Com o Quantum Axis, você tem acesso
- Cobertura com mais de 1.700 empresas e ações brasileiras;
- Histórico de demonstrações financeiras (BP, DRE, FC), preços e proventos;
- Indicadores fundamentalistas;
- Dados dos principais acionistas, conselho e gestores
- Percentual de free float e aluguel de ações;
- Insiders: relatório com lista de empresas e suas divulgações de documentos insiders, com operações de compra e venda de ações reguladas pela instrução CVM 44.