As taxas dos CDBs estão em queda. Desde o início de junho, os ativos de renda fixa emitidos por bancos passaram a entregar retornos menores. Essa tendência deverá prosseguir, segundo especialistas.
De acordo com o nosso último levantamento, a pedido do portal InfoMoney, na quinzena terminada na segunda-feira (19), as taxas médias de CDBs prefixados e pós-fixados caíram. Um exemplo disso foram os títulos prefixados com vencimento em 12 meses, os quais passaram a pagas a taxa média de 12,65% ao ano contra 13,11% na quinzena anterior.
Sendo assim, de acordo com o cenário, os investidores podem tentar aproveitar esse momento com as remunerações elevadas, com prefixados pagando até 14,05% ao ano, mas sempre com cautela, conforme analistas consultados na matéria.
Análises do panorama
Segundo Luiz Barone, sócio da Galapagos Capital, os investidores precisam ter critério nas suas escolhas. “Não é Black Friday, é preciso parcimônia e consciência”, destaca.
Como orientação, ele diz que os investidores podem fazer a comparação do retorno dos CDBs com a curva de juros para, assim, decidirem se vale ou não a pena comprar um título.
Uma estratégia de ganho que a renda fixa oferece hoje e agrada a head de alocação da Blackbird Investimentos, Marina Renosto, é lucrar com a marcação de mercado. Entretanto, os CDBs não são considerados os melhores instrumentos para isso, afinal os investidores geralmente precisam carregar títulos até o vencimento e a liquidez é limitada.
Portanto, um dos fatores que podem reduzir a busca aos CDBs seria a liquidez reduzida, que impede a realização de lucros na marcação a mercado, fazendo com que certos investidores possam preferir outros instrumentos de renda fixa.
Ainda que os juros caiam em agosto, as taxas ainda ficarão altas e será possível encontrar boas oportunidades em renda fixa, esse é outro motivo que faz com que os especialistas recomendem cautela na hora de comprar CDBs.
O rendimento dos CDBs atualmente
Os prefixados foram os ativos de renda fixa emitidos por bancos que mais tiveram queda rentabilidade. Além disso, entre 6 e 19 de junho a taxa média de todos os prazos caiu nos títulos emitidos. O número de emissões foi superior ao da quinzena anterior, com um crédito mais barato para bancos.
A taxa média dos prefixados curtos de seis meses diminuiu de 13,80% para 13,43% ao ano. O título que oferece a melhor remuneração nesse prazo possui uma taxa anual de 14,05%. Na quinzena anterior, a taxa de remuneração mais alta era de 14,30% ao ano.
Retornos brutos dos CDBs – Prefixados entre 6 e 19 de junho
Retornos de CDBs prefixados (06 a 19/06) | ||||||
prazo (meses) | indexador | taxa mínima | taxa média | taxa máxima | número de títulos | emissor da maior taxa |
3 | PREFIXADO | 13,50% | 13,70% | 14,03% | 28 | BANCO BTG PACTUAL; BANCO DAYCOVAL |
6 | PREFIXADO | 12,70% | 13,43% | 14,05% | 48 | BANCO DAYCOVAL |
12 | PREFIXADO | 11,70% | 12,65% | 13,14% | 54 | BANCO DAYCOVAL |
24 | PREFIXADO | 11,10% | 11,63% | 12,95% | 6 | SINOSSERRA FINANCEIRA |
36 | PREFIXADO | 11,20% | 12,00% | 13,05% | 12 | SINOSSERRA FINANCEIRA |
Fonte: Quantum Finance
Durante a última quinzena, as taxas dos CDBs vinculados ao CDI mostraram um desempenho misto. O retorno médio para o prazo mais curto, de 3 meses, caiu de 101,06% do CDI para 99,13%, enquanto a taxa média para o prazo mais longo, de 36 meses, diminuiu de 103,33% do CDI para 102,43%. No entanto, houve um leve aumento no retorno médio dos CDBs pós-fixados de seis meses, que passou de 100,31% do CDI para 100,32% ao longo da última quinzena.
Ao longo da quinzena, terminada no último dia 19, as emissões de pós-fixados recuaram de 237 para 225. Os CDBs emitidos pela BR Partners e BMG oferecem os maiores retornos dentro dessa categoria. Ambos proporcionam uma taxa de 111% do CDI, mas possuem prazos distintos: o primeiro vence em 36 meses, enquanto o segundo tem vencimento em um ano.
Retornos brutos dos CDBs – Pós-fixados entre 6 e 19 de junho
Retornos de CDBs indexados ao CDI (06 a 19/06) | ||||||
prazo (meses) | indexador | taxa mínima | taxa média | taxa máxima | número de títulos | emissor da maior taxa |
3 | %CDI | 83,00% | 99,13% | 104,50% | 24 | BANCO BTG PACTUAL |
6 | %CDI | 97,50% | 100,32% | 106,00% | 50 | BANCO DAYCOVAL |
12 | %CDI | 90,00% | 101,18% | 111,00% | 59 | BANCO BMG |
24 | %CDI | 98,00% | 101,02% | 109,00% | 46 | HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL |
36 | %CDI | 90,00% | 102,43% | 111,00% | 46 | BR PARTNERS BANCO DE INVESTIMENTO |
Fonte: Quantum Finance
Os títulos atrelados à inflação, que tiveram alta, foram a exceção do último levantamento de taxas dos CDBs. Com apenas 85 emissões, os CDBs atrelados ao IPCA são menos comuns nessa categoria, porém destacam-se pela resiliência de suas taxas. Essa tendência é observada como uma maneira de compensar a queda nas projeções de inflação, uma vez que esses títulos normalmente oferecem remuneração próxima à taxa de juros esperada para o momento de seu vencimento.
No período recente, a rentabilidade real média dos CDBs de inflação com vencimento em 24 meses registrou um aumento significativo, passando de 5,58% no início deste mês para 6,68% na última quinzena. Para esse mesmo prazo, destaca-se o CDB que oferece a melhor remuneração, apresentando uma rentabilidade real de 7,10%, em comparação com 5,90% observados na quinzena anterior.
Foi de 6,36% para 6,48% a taxa média dos papéis que vencem em 36 meses, com a taxa mínima em 6,10%, que antes era 4,75%.
Retornos brutos dos CDBs – Atrelados à inflação entre 6 e 19 de junho
Retornos de CDBs indexados à inflação (06 a 19/06) | ||||||
prazo (meses) | indexador | taxa mínima | taxa média | taxa máxima | número de títulos | emissor da maior taxa |
12 | IPCA | 8,39% | 8,39% | 8,39% | 1 | BANCO SAFRA |
24 | IPCA | 5,40% | 6,68% | 7,10% | 46 | HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL |
36 | IPCA | 6,10% | 6,48% | 6,85% | 38 | HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL |
Fonte: Quantum Finance
CONFIRA AGORA O ARTIGO COMPLETO:
- ·Autor/colunista: Leonardo Guimarães
- Artigo: Quanto rende CDB hoje: com taxas caindo, é hora de correr para aproveitar últimos tempos de juro alto?
- Valor Investe: Publicado em 20/06/2023
- Informações Financeiras: Quantum Finance