Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançando novamente — uma alta de 0,59% em outubro após 3 meses de deflação —, os CDBs indexados à inflação ressurgiram nas prateleiras.
A Quantum realiza um levantamento quinzenal sobre esse segmento de títulos de renda fixa, a pedido do portal InfoMoney. Os dados correspondem entre os dias 8 e 21 de novembro.
Confira abaixo as principais informações sobre esse mercado:
CDBs atrelados à inflação
Enquanto no estudo anterior não identificamos nenhum CDB, nesse foram encontradas oito ofertas. Na quinzena retrasada, tínhamos observado somente um papel no mercado.
A reportagem entrevistou Ronaldo Silvestre, superintendente de Tesouraria e Captação do Banco Pine.
O especialista aponta a deflação como razão para essa retração na oferta nas últimas semanas. Afinal, o cenário poderia trazer retornos negativos aos investidores.
“Com o retorno da inflação em outubro, os papéis voltaram a ficar atrativos, dado que o juro real acima de 6% ao ano garante um bom retorno aos investimentos. Assim, esperamos um crescimento dos papéis atrelados ao IPCA nos próximos meses”, comentou.
A taxa máxima da última quinzena foi de um papel indexado ao IPCA mais uma taxa de 5,95%, com vencimento de 24 meses.
Já títulos maiores de 36 meses tiveram uma rentabilidade menor: IPCA + 5,30%.
Os números são bem abaixo dos observados há alguns meses. Entre o fim de setembro e início de outubro, por exemplo, os CDBs chegaram a oferecer o IPCA somado a uma taxa de 9,04% para títulos de 12 meses, e de 6,99% mais o IPCA para papéis de 24 meses.
Outro fator importante é que os CDBs atrelados à inflação contam com um spread, que está abaixo quando comparado a NTN-Bs. Um título do tesouro IPCA+ com pagamento de cupom oferecia um retorno real de 6,34% mais a inflação às 10h25 de hoje (23).
Confira os principais dados abaixo:
Retornos de CDBs indexados à inflação (de 08/11 a 21/11) |
||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos |
Emissor da maior taxa |
24 |
100% IPCA | 5,10% | 5,56% | 5,95% | 6 | BANCO ABC BRASIL |
36+ | 100% IPCA | 5,00% | 5,15% | 5,30% | 2 |
BANCO ABC BRASIL |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.
CDBs atrelados ao CDI
Se a última quinzena foi boa para os CDBs indexados ao IPCA, o mesmo pode ser dito para os papéis atrelados ao CDI. A maioria dos retornos desses títulos aumentaram no período analisado.
A maior alta foi observada na taxa máxima dos títulos com prazo de 36 meses: saiu de 103% do CDI para 109% do CDI. O mesmo movimento ocorreu em CDBs de 24 meses: de 115% do CDI para 118% do CDI.
O retorno médio também apresentou alta no último estudo. Nós destacamos aqui os CDBs de três meses, cuja rentabilidade saltou de 101,18% do CDI para 101,88% do CDI.
Veja abaixo os números.
Retornos de CDBs indexados ao CDI (de 08/11 a 21/11) |
||||||
Prazo (meses) |
Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | DI | 98,00% | 101,88% | 106,00% | 12 |
CCB BRASIL BANCO MÚLTIPLO |
6 |
DI | 97,50% | 99,88% | 106,00% | 33 | BANCO BTG PACTUAL, BANCO BMG |
12 | DI | 90,00% | 99,84% | 111,00% | 43 |
BANCO MERCANTIL BRASIL |
24 |
DI | 98,00% | 101,07% | 118,00% | 55 | BANCO PINE |
36+ | DI | 100,00% | 102,91% | 109,00% | 41 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTOS DO BRASIL |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.
CDB prefixados
Seguindo a tendência dos demais, os CDBs prefixados também registraram alta nos retornos máximos. O movimento é contrário às últimas semanas, o que pode ser explicado pela elevação da curva de juros.
O aumento do risco fiscal e o temor com a sustentabilidade da dívida pública a longo prazo são razões para o mercado não acreditar em baixa da Selic em 2023.
Além disso, os especialistas apontam uma alta da taxa básica de juros para até 14,50% no próximo ano.
Diante desse cenário, observamos saltos no retorno de CDBs. O maior deles foi de 13,47% para 15,50% em títulos com vencimento de 12 meses.
Por outro lado, observamos altas e quedas na taxa média. Enquanto papéis de 3 e 36 meses retraíram,títulos de 6 a 12 apresentaram alta no último levantamento.
Veja abaixo os retornos:
Retornos de CDBs prefixados (de 08/11 a 21/11) |
||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos |
Emissor da maior taxa |
3 |
PREFIXADO | 12,68% | 13,60% | 13,97% | 21 | BANCO DAYCOVAL |
6 | PREFIXADO | 13,45% | 13,94% | 14,49% | 16 |
BANCO DAYCOVAL |
12 |
PREFIXADO | 13,35% | 14,38% | 15,50% | 18 | BANCO MASTER |
36+ | PREFIXADO | 13,65% | 14,30% | 14,94% | 2 |
BANCO DAYCOVAL |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.
CONFIRA AGORA A REPORTAGEM COMPLETA:
- Autor: Bruna Furlani
- Por: InfoMoney – Publicado em 23/11/2022
- Informações Financeiras: Quantum Finance