É hora de investir em FIIs listados na B3?
Uma matéria especial do Valor Econômico destaca que nos últimos meses, analistas têm apontado que este pode ser um bom ponto de entrada e que há boas oportunidades para investir em fundos imobiliários negociados na B3, principalmente os de tijolo, que tem imóveis físicos nas carteiras.
O cenário tende a melhorar para o segmento de FIIs no próximo ano, pois há sinalização de que o ciclo de aperto monetário – a trajetória de alta da Selic – estaria perto do fim e com a possibilidade de reversão. Isso significa um ambiente melhor para o setor imobiliário e para a renda variável.
As alternativas mais promissoras, segundo a reportagem, estão nos FIIs que mais sofreram na fase mais crítica da pandemia – de shopping centers e lajes corporativas.
“O rendimento pago ao investidor, que havia caído, já retornou com a reabertura das lojas e escritórios, reduzindo vacância e inadimplência, mas a cota ainda não. Quando melhoravam em termos operacionais, os FIIs começaram a sofrer os efeitos do aperto monetário, o que estimulou a migração para a renda fixa, impedindo a recuperação da Bolsa”, avalia Daniel Marinelli, analista de fundos imobiliários do BTG Pactual.
O especialista vê perspectivas melhores para os próximos 18 meses, com mais locações, menos vacância e melhora dos produtos. Portanto, agora é a hora de investir em fundos imobiliários. “O momento é de manter na carteira ou elevar gradualmente a exposição”, diz Marinelli.
Por outro lado, analistas sugerem menos atratividade dos fundos de papel, com recebíveis imobiliários nas carteiras, com reduções da Selic e da inflação a partir de 2023, e a volta do interesse por fundos de tijolo.
Levantamento Quantum: descontos em lajes corporativas e shopping centers
Boa parte dos produtos ainda não voltou a ser negociada nos patamares pré-pandemia, revela estudo da Quantum feito a pedido do Valor.
Os maiores descontos dos FIIs estão no segmento de lajes corporativas que, na média, negociam 26% menos do que o registrado em fevereiro de 2020, considerando o retorno calculado em cima das cotas ajustadas por proventos até julho deste ano. Os FIIs de shoppings rendem 12,02% menos.
Veja abaixo os níveis atuais dos FIIs listados na Bolsa em relação ao período pré-pandemia:
Retorno Ponderado Agregado |
|
Fundos Recebíveis |
24,74% |
Shopping |
-12,02% |
Lajes Corporativas |
-26,31% |
Logística |
0,08% |
Fonte: Quantum Finance
Observe também os patrimônios dos fundos por segmentos:
Somatório do Patrimônio por Tipo | |
Fundos Recebíveis | R$ 38.572.904.278,88 |
Shopping | R$ 19.170.982.855,21 |
Lajes Corporativas | R$ 13.753.473.780,21 |
Logística | R$ 17.730.965.678,25 |
Fonte: Quantum Finance
Metodologia: Foram selecionados fundos imobiliários dos setores de recebíveis imobiliários (papel), shopping, lajes corporativas e logística em funcionamento normal e com dados suficientes para cálculo do retorno no período selecionado (28/02/2020 até 31/07/2022). Para ponderação do retorno, foi considerado o Patrimônio Líquido divulgado em Informe Mensal de junho de 2022.
Reportagem completa:
Suplemento especial do Valor Econômico (disponível para assinantes): Cenário de 2023 pode voltar a impulsionar os ativos imobiliários
Repórter: Jiane Carvalho
Data de publicação: 30/08/2022