No setor de óleo e gás, 3R Petroleum e Enauta agitaram o noticiário nas últimas semanas ao oficializarem a proposta de fusão.
Isso, junto às especulações envolvendo uma potencial combinação de negócios entre as companhias aéreas Azul e Gol após o anúncio de um acordo de codeshare, criou um burburinho sobre o mercado de fusões e aquisições, que dá sinais de aceleração.
O acordo das petroleiras envolve a incorporação de ações da Enauta pela 3R, com a atribuição de ações ordinárias de emissão da 3R aos acionistas da Enauta.
Como condição precedente para a realização da fusão, o acordo também considera a incorporação da Maha Holding, o que abrirá caminho para que a 3R passe a deter 100% da 3R Offshore.
Pela nova estrutura de capital, a 3R terá 53% de participação da empresa fundida e os 47% restantes ficam para a Enauta.
Fusão de 3R e Enauta criará uma nova Prio?
A nova empresa combinada já nascerá gigante e promete bater de frente com outra petroleira independente, a Prio.
A expectativa é de que a produção do novo player supere os 100 mil barris de petróleo e gás por dia ainda este ano, com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos, de acordo com estimativas das próprias companhias envolvidas. Ainda, as reservas operadas devem superar os 770 milhões de barris.
Mas 3R e Enauta têm um longo caminho pela frente. Os dados operacionais mais recentes divulgados pelas empresas, referentes ao mês de abril de 2024, mostram que a produção somada de 3R e Enauta é de aproximadamente 70 mil barris diários.
O volume ainda fica abaixo dos 92 mil barris produzidos pela Prio – mas certamente aproxima a nova petroleira da rival.
Além disso, em termos de gastos com produção, a Prio é o destaque positivo do setor, com um lifting cost por barril de apenas um dígito ao fim do primeiro trimestre de 2024.
Já a Enauta manteve um custo médio de US$ 19 o barril. A 3R, por mais que tenha reduzido seu lifting cost, segue com um dos custos mais elevados, registrando uma média de US$ 18,60 o barril.
Na bolsa brasileira, a nova empresa ainda não terá o valor de mercado da Prio.
Um levantamento da Quantum mostra que a somatória de 3R e Enauta, considerando o fechamento em 23/05/2024, é de R$ 12 bilhões, contra R$ 37 bilhões da outra petroleira independente.
Fusão é o começo ‘para melhores resultados’
3R e Enauta entendem que a fusão vai otimizar as operações, levando a uma redução do custo de extração e significativos ganhos de escala.
A nova empresa terá sua produção distribuída em 87% petróleo e 13% gás natural, sendo 49% em terra e 51% no mar.
Em carta enviada à 3R, a Enauta destacou que a combinação de seus negócios “é a alternativa que produz maiores e melhores resultados, no menor espaço de tempo”.
A operação criará uma das principais e mais diversificadas empresas independentes da cadeia de petróleo e gás da América Latina com “real potencial de consolidação”, disse.
Continue acompanhando 3R e Enauta
3R e Enauta devem levantar mais discussões à frente, com o mercado na expectativa pelos próximos passos da fusão.
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