As empresas de tecnologia – Big Techs – e os cases de crescimento enfrentaram um cenário complexo em 2022, com temores em relação ao ritmo da economia americana, inflação e um aperto monetário com escalada da taxa de juros.
Mas o primeiro semestre de 2023 trouxe outros ventos, ao menos no que diz respeito às Big Techs, as maiores empresas de tecnologia do mundo, cujos BDRs dispararam na bolsa brasileira.
Se os resultados do ano passado foram desanimadores de forma geral para as techs, empresas como Nvidia (NVDC34), Meta (M1TA34) e Tesla (TSLA34) fecharam os primeiros meses de 2023 com fortes ganhos.
Os números refletem no desempenho do índice Nasdaq, que reúne as principais empresas do setor, e subiu 31,73% até junho. Em 2022, o índice encolheu 33,10%.
De acordo com analistas do mercado, o primeiro semestre das Big Techs foi beneficiado por uma perspectiva inicial de fim do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, o que ainda não se confirmou.
Embora tenha havido melhorias, ainda há desafios na maior economia do mundo. A inflação nos EUA continua a preocupar e os juros no país ainda podem ter alguma alta, antes do Fed, o banco central americano, começar um ciclo de cortes.
O Federal Reserve (Fed) banco central americano, após sua reunião, anunciou no dia 14 de junho a decisão de manter estável, sua taxa básica de juros, entre 5% e 5,25%, na primeira pausa em sua política de ajuste monetário desde março de 2022, embora preveja novas altas ainda em 2023. Em sua comunicação, o teor foi: “membros concordaram que manter a meta estável permite ao comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”.
Depois, na sua ata, o Fed sinalizou que novos aumentos nos juros são prováveis, mas em um ritmo lento e menor. Os dois aumentos previstos não deverão acontecer de forma consecutiva, sendo que o tempo maior entre eles será para avaliar os efeitos tardios da taxa de juros.
Mas o principal motor para a disparada das empresas de tecnologia é o assunto do momento: as inteligências artificiais (IA).
Reunimos neste post algumas informações de uma matéria de O Globo, com dados sobre índices de Bolsa americanas fornecidos pela Quantum, além de um levantamento especial feito pelos nossos experts a respeito dos BDRs das gigantes da tecnologia.
Apetite pelas inteligências artificiais impulsiona as Big Techs
As Big Techs fecharam o semestre com fortes altas, impulsionadas pela corrida das inteligências artificiais.
A Nvidia (NVDC34), uma das líderes dos mercados de inteligência artificial e computação de alto desempenho, acumulou ganho de 163,65% na primeira metade de 2023.
A companhia da Califórnia lidera uma lista que ainda conta com Microsoft (MSFT34) e Alphabet, que controla a Google (GOGL34), além de outras gigantes que investem pesado no desenvolvimento das novas IAs.
O desempenho das Big Techs na B3
As principais Big Techs podem ser acessadas de forma prática pelos investidores brasileiros através dos BDRs, títulos que representam ações de empresas estrangeiras na bolsa brasileira.
A seguir, listamos as principais empresas do setor e mostramos o desempenho dos BDRs em 2023 e em janelas de 12 em 12 meses.
Confira:
Índices americanos refletem esse movimento
Na onda da alta das Big Techs, o índice Nasdaq, que lista as principais companhias do setor de tecnologia no mercado financeiro americano acumulou alta no primeiro semestre de 2023. O mesmo ocorreu com o S&P 500, que também conta com uma fatia importante de techs.
Listamos o desempenho dos índices nos primeiros seis meses do ano, em comparação com a performance ao longo de 2022 e de outros índices.
Veja:
Mercado se preocupa com possível bolha
A disparada das ações de tecnologia no mercado americano também tem gerado preocupação de alguns analistas, que avaliam a possibilidade de existir uma bolha no segmento.
O alerta tem relação com a permanência do cenário de aperto monetário nos EUA e com alta dos papéis de algumas companhias que tiveram resultados financeiros abaixo do esperado.
A Apple, por exemplo, fechou o primeiro semestre com um valor de mercado de US$ 3 trilhão, mesmo tendo reportado queda de receita no primeiro trimestre.
Por outro lado, uma parte do mercado ainda vê espaço para crescimento dos papéis das Big Techs.
Um fator que cultiva a confiança dos analistas é a percepção de diligência das empresas com os custos de suas operações, o que tem gerado correções de rotas e até mesmo cortes de empregos.
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Autor: Juliana Causin
Por: O GLOBO – Publicado em 04/07/2023
Informações Financeiras: Quantum Finance