A recente disparada do dólar levou a moeda americana a registrar uma alta no acumulado de 2024 que não ocorre desde 2020.
De acordo com um levantamento exclusivo da Quantum, o dólar acumulava valorização de 11,46% no ano frente ao real até o fechamento de 12/06. Nos 10 anos anteriores, a moeda só subiu mais do que isso em quatro oportunidades.
Diversos fatores ajudam a explicar o movimento, mas um em especial vem ditando o ritmo de diversos segmentos do mercado: a política monetária americana.
No Brasil, aspectos comerciais e fiscais ajudam a pressionar o real para baixo.
Por que o dólar está subindo?
Se antes era apenas uma forte desconfiança do mercado, agora as sinalizações do Federal Reserve (Fed, banco central americano) deixam claro que os esperados cortes nos juros por lá devem ficar para depois – ou pelo menos vir em ritmo lento.
Com isso, os títulos de Tesouro nos EUA seguem altamente atrativos para investimentos, aumentando a demanda pela moeda e fluxo de capital para o país.
Outro fator que joga contra o real, pressionando o dólar para cima, são as incertezas no campo fiscal doméstico. A meta de superávit fiscal, que antes viria em 2025, deve ficar para 2026.
Também há dúvidas em relação à política monetária brasileira, visto que o mandato da gestão atual do Banco Central, de Roberto Campos Neto, acaba em 2024. O presidente Lula não esconde o descontentamento com o movimento atual do BC em relação ao controle da inflação.
Evolução do preço do dólar
O estudo exclusivo da Quantum avaliou o comportamento do dólar nos últimos 10 anos.
Considerando a variação acumulada até o dia 12/06/2024, o dólar não tinha uma alta anual tão significativa frente ao real desde 2020. Veja:
O estudo também levantou o preço de fechamento do dólar ao final de cada um dos últimos 10 anos. No patamar atual, a moeda americana só estaria abaixo do fechamento de 2021, quando valia R$ 5,58.
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