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Cenário desafiador afeta varejistas na Bolsa: veja os desempenhos e o que pode mudar

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Cenário desafiador afeta varejistas na Bolsa: veja os desempenhos e o que pode mudar

O cenário macro desafiador afetou negativamente os balanços das varejistas no segundo trimestre de 2023. De forma geral, pesaram sobre os resultados a inflação elevada, os juros altos e o nível de inadimplência – que acabaram retirando o poder de compra dos consumidores.

De acordo com o IBGE, o comércio varejista do país mostrou estabilidade na passagem de maio para junho. Já a média móvel trimestral foi de uma queda de 0,3% no 2T23 e o acumulado no primeiro semestre de 2023 foi de alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, o setor avançou somente 0,9%.

Mas a situação tende a mudar. No dia 2 de agosto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, que passou de 13,75% para 13,25% ao ano.

Em seu comunicado, o Copom indicou que esse é o “ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.” A Selic não tinha cortes desde 2020.

Agentes do mercado avaliam que virão mais cortes na taxa básica de juros pela frente, o que será positivo para a atividade econômica

Diante de tudo isso, levantamos dados sobre a performance das principais varejistas na Bolsa.

Primeiramente, iremos apresentar os highlights dos balanços do 2T23 e, depois, o comportamento das ações no acumulado do ano e em outros períodos.

Mergulhamos nos relatórios oficiais de resultados, que já constam no Quantum Axis:

Resultados das varejistas no 2T23

Americanas (AMER3)

No dia 3 de agosto, a Americanas informou ao mercado o adiamento da divulgação do seu resultado referente ao segundo trimestre de 2023, que estava agendado para 10 deste mês

Em fato relevante, a empresa destacou que o atraso se deve à necessidade de conclusão dos trabalhos de revisão das demonstrações financeiras de exercícios já encerrados, inclusive do exercício social de 2022 e dos efeitos das fraudes.

A companhia entrou em recuperação judicial no início deste ano após grande escândalo de fraude contábil.

ArezzoCo (ARZZ3)   

O lucro líquido recorrente da ArezzoCo recuou 7,7% para R$ 113,9 milhões no segundo trimestre ante o mesmo período de 2022.

Conforme a varejista de moda, acessórios e calçados, o resultado foi impactado negativamente pelo resultado financeiro e variação cambial no período.

No entanto, a receita líquida da companhia avançou 21,6% para R$ 1,417 bilhões. E o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa), cresceu 22% para R$ 198,23 milhões.

No relatório, a companhia afirmou que “a capacidade de gestão do portfólio de marcas e do calendário comercial, resultaram em crescimento de receita, mesmo em cenário adverso”.

C&A (CEAB3)

A C&A surpreendeu positivamente o mercado. A varejista de moda apresentou lucro líquido de R$ 4,2 milhões no segundo trimestre, um crescimento que representa o dobro do valor reportado no mesmo período do ano passado. E o Ebitda ajustado subiu 11,5% para R$ 274 milhões.

A receita líquida somou R$ 1,643 bilhão, 0,8% acima de um ano antes.

No balanço, a companhia diz que o desempenho é resultante de uma gestão de caixa eficiente, da melhoria operacional e da conexão com os clientes.

Houve redução de 4% nas despesas e expansão da margem em 1,6 ponto percentual para 16,7%. A C&A salientou ainda que a coleção outono/inverno foi bem recebida pelos consumidores e os níveis de estoques se mostraram adequados.

Grupo SBF (SBFG3)

O Grupo SBF, dono das marcas Centauro e Fisia entre outras, registrou prejuízo líquido de R$ 32,6 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro líquido de R$ 31,7 milhões no mesmo período do ano passado. Já o Ebitda foi de R$ 149 milhões, uma queda de 3% na mesma base comparativa.

A receita líquida totalizou R$ 1,593 bilhão, um avanço de 8,9% sobre a registrada em igual período de 2022.

Com esses números, a administração ressaltou no balanço “continuamos com foco total no controle de despesas e melhora de nossas margens para impulsionar nossos resultados. Além disso, o nosso plano de redução de estoque, ao longo dos próximos trimestres, será importante para a geração de caixa”.

As ações do Grupo SBF caíram após a divulgação do resultado do 2T23.

Grupo Soma (SOMA3)

O Grupo Soma (SOMA3) teve queda de 21,9% no lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, passando para R$ 102,1 milhões. Já o lucro líquido recuou 27,6% para R$ 85,4 milhões.

O Ebitda ajustado foi de R$ 215,4 milhões, com avanço de 2,4%.

Quanto à receita líquida, o resultado foi de R$ 1,295 bi, um avanço de 7,4% em relação ao 2T22.

No balanço o Grupo disse que um dos destaques foi o forte crescimento digital, um avanço de 26,8% contra o 2T22. E a receita da Farm Global teve expansão de 33,4% na base ativa de clientes.

Lojas Marisa (AMAR3)

O resultado de Marisa não veio bom: a companhia teve prejuízo líquido de R$ 63,4 milhões no segundo trimestre de 2023, ainda pior do que o prejuízo de R$ 34,8 milhões em igual etapa de 2022.  A receita líquida da varejista foi de R$ 555,13 milhões, menor do que a apurada no mesmo período do ano passado que foi R$ 740,41 milhões.

A administração comentou que o primeiro semestre da Marisa foi marcado pela execução de seu plano de reestruturação. Houve o encerramento de 88 lojas e redução de despesas gerais. A operação sofreu impacto na receita pelo fechamento de unidades e desafios de vendas da coleção de inverno devido a temperaturas menos frias do que o normal. “Seguimos focados na racionalização de despesas para o segundo semestre do ano”, informou.

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner apresentou lucro líquido de R$ 229,7 milhões no segundo trimestre de 2023, queda de 36,3% em relação as 2T22. Por sua vez, o Ebitda também diminuiu, saindo de R$ 689,7 milhões no ano passado para R$ 535,3 milhões neste ano.

A receita líquida também recuou 6% para R$ 2,98 bilhões no 2T23.

No balanço, a administração justificou os dados: “Foi uma primeira metade do ano desafiadora, fruto de um ambiente macroeconômico difícil, temperaturas mais altas que o usual e uma base de comparação forte e não recorrente, principalmente no 2T22”

Magazine Luiza (MGLU3)

A Magazine Luiza registrou prejuízo líquido de R$ 301,7 milhões no segundo trimestre de 2023, mais do que dobrando o resultado negativo registrado no ano anterior. O Ebitda caiu 37,9%, somando R$ 283, 9 milhões.

No entanto, a receita ficou quase estável em R$ 8,57 bilhões, considerando a mesma base comparativa.

A gestão destacou no balanço que as vendas no e-commerce estão crescendo e que a empresa está atuando para diminuir despesas. Entre as dificuldades, citou o cenário macro de juros altos, a inadimplência e o elevado nível de provisões.

Contudo, a diretoria vislumbra um novo cenário mais positivo. “Após três anos, em agosto o Banco Central reduziu pela primeira vez a taxa básica de juros. Os resultados expostos acima não contemplam esse momentum da economia. Por isso mesmo e por acreditarmos nas vantagens do nosso modelo multicanal, entramos no segundo semestre de 2023 ainda mais confiantes e otimistas”. Ainda de acordo com a Magazine Luiza, “a expectativa dos agentes econômicos é que esse seja o início de um novo ciclo, com cortes sucessivos da Selic, aumento do nível de confiança, do poder de compra e do crédito ao consumidor.”

Petz (PETZ3)

O desempenho da Petz, rede de pet shops, mostrou contração. O lucro líquido ajustado foi de R$ 24,54 milhões no segundo trimestre de 2023, uma queda de 25,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. As justificativas, conforme a administração, foram: aumento da depreciação e amortização -necessidade de reforço do canal digital e modernização de infraestrutura de TI entre outros itens-, menor resultado financeiro e ainda o efeito negativo da consolidação das aquisições.

O Ebitda ajustado teve alta de 5,9%, chegando a 69,9 milhões. Quanto à receita líquida, houve crescimento de 18%, totalizando R$ 944,83 milhões.

Via (VIIA3)

A Via, dona das Casas Bahia, Ponto e Extra, amargou prejuízo de R$ 492 milhões no 2T23, número pior do que o projetado por analistas, revertendo pequeno lucro de R$ 6 milhões no mesmo período de 2022.  A receita líquida, foi de R$ 7,4 bilhões, uma queda de 2,1% contra igual intervalo de 2022.

O Ebitda também recuou, passando para R$ 451 milhões, ante R$ 690 milhões no 2T22.

Junto com números fracos, a companhia divulgou seu plano para melhorar os resultados até 2025, sendo que os pontos principais são “Foco no core, em categorias e canais rentáveis, redução de custos e despesas, além de disciplina rigorosa na alocação de capital.”

Comportamento das ações das varejistas na Bolsa

Utilizando o nosso sistema Quantum Axis, apuramos os desempenhos das ações das varejistas em várias janelas de tempo – no ano, em 12 messes, em 24 meses e em 36 meses.

Cias VarejistasTickersRetorno no anoRetorno nos últimos 12 mesesRetorno nos últimos 24 mesesRetorno nos últimos 36 meses
CEA MODAS ON NMCEAB3189,08%100,00%-38,65%-41,26%
MAGAZINE LUIZA ON NM MGLU33,65%-6,58%-86,42%-86,11%
AREZZO CO ON NMARZZ31,19%-4,74%-11,07%53,41%
GRUPO SOMA ON NMSOMA3-8,26%-23,56%-48,16%-19,20%
PETZ ON NMPETZ3-10,79%-45,59%-78,43%
LOJAS RENNER ON NMLREN3-12,56%-33,26%-49,91%-51,67%
GRUPO SBF ON NMSBFG3-27,19%-57,42%-73,24%-67,64%
VIA ON NMVIIA3-28,33%-38,35%-86,79%-91,03%
LOJAS MARISA ON NMAMAR3-32,80%-68,18%-88,01%-88,04%
AMERICANAS ON NMAMER3-88,91%-91,94%-97,60%-99,10%

Fonte: Quantum Finance/ data de corte: 14/08/2023

Como você pôde ver, os retornos no acumulado do ano estão ordenados do maior para o menor. A C&A (CEAB3) aparece na liderança, apresenta o maior desempenho, com uma valorização de 189% até 14 de agosto.

O Magazine Luiza (MGLU3), na segunda posição, com alta modesta de 3,65%.

Na outra ponta, a maior desvalorização é da Americanas (AMER3), sobretudo, por causa da fraude contábil. A queda acumulada é de 88,91%.

Gráfico com análise do ano

Veja os comportamentos das ações no acumulado do ano até 14/08 comparados com o Ibovespa, no gráfico abaixo:

                      Fonte: Quantum Finance

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